Psicodélicos, ‘marca passo’ e spray nasal: conheça as novidades no tratamento da depressão.Qual a relação entre a Vacina contra o HPV e o câncer de colo de útero?

Estima-se que no mundo todo, cerca de 350 milhões de pessoas vivam com depressão, tornando-a a principal causa de incapacidade global e contribuindo significativamente para a carga de doenças em nossa sociedade, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda assim, um desafio persiste, já que um em cada três pacientes não responde aos tratamentos tradicionais para a depressão. Diante dessa realidade, a busca por novas abordagens terapêuticas cresce, e este artigo irá explorar algumas das inovações mais recentes nesse campo.

Cetamina: uma revolução terapêutica

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso terapêutico da cetamina no Brasil, marcando um avanço notável no tratamento da depressão. A cetamina é uma substância psicodélica que atua diretamente no sistema nervoso central, provocando alterações na função cerebral. Originalmente, ela era usada como anestésico e analgésico, mas, de forma off-label, médicos passaram a administrá-la em casos de depressão refratária (resistente ao tratamento convencional).

Essa abordagem tem se mostrado promissora, mas é importante observar que o uso terapêutico de substâncias psicodélicas, como a cetamina, deve ser estritamente supervisionado por profissionais de saúde qualificados, evitando que os pacientes utilizem essas substâncias por conta própria.

A ligação com o Câncer de Colo de Útero

Alguns tipos de HPV podem levar ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. O vírus pode causar alterações nas células cervicais, que, se não forem tratadas, podem evoluir para o câncer. De fato, o HPV é responsável pela maioria dos casos de câncer cervical. Para se ter ideia, dois tipos de HPV (16 e 18) causam 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas.
O câncer de colo de útero é uma das principais causas de morte entre as mulheres em todo o mundo. No Brasil, estima-se que o câncer do colo de útero seja o terceiro mais comum na população feminina, sendo superado pelo câncer de pele não melanoma e pelo de mama. Felizmente, a vacinação contra o HPV tem se mostrado uma ferramenta eficaz na redução do risco de desenvolver esse tipo de câncer.

Psilocibina: a promessa dos cogumelos alucinógenos

Outra substância psicodélica que tem despertado interesse na comunidade médica é a psilocibina, proveniente de cogumelos alucinógenos. Estudos clínicos estão em andamento, e os resultados iniciais indicam que a psilocibina pode ser eficaz no tratamento da depressão.

No entanto, é fundamental entender que, embora essas abordagens sejam promissoras, existem riscos associados ao uso de substâncias psicodélicas. A dose precisa deve ser estritamente respeitada, e a administração deve ocorrer sob supervisão médica. Além disso, pacientes com quadros psicóticos ou suspeita de transtorno bipolar devem evitar esses medicamentos, pois podem agravar a situação.

Escetamina: inovação em forma de spray nasal

A escetamina, uma variação purificada da cetamina, atua de maneira semelhante, mas é administrada por meio de um spray nasal. A ideia por trás desse método é que a substância seja aplicada em ambiente hospitalar, sob a supervisão de profissionais de saúde. O acompanhamento pós-aplicação é crucial para garantir a segurança do paciente.

Marca-passo Cerebral: uma descoberta revolucionária

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, estão explorando uma abordagem inovadora para o tratamento da depressão. Eles implantam um pequeno dispositivo, do tamanho de uma caixa de fósforos e operado por bateria, no cérebro de voluntários. Esse dispositivo funciona como um “marca-passo cerebral” e tem mostrado resultados notáveis. Um caso mencionado é o de uma paciente chamada Sarah, que experimentou uma remissão significativa da depressão severa após o procedimento. Antes incapaz de morar sozinha, agora ela voltou a estudar e está auxiliando no cuidado de sua mãe.

Embora essas inovações no tratamento da depressão sejam promissoras, é fundamental lembrar que elas não são adequadas para todos os pacientes e devem ser administradas com responsabilidade, sob a supervisão de profissionais de saúde. À medida que a pesquisa avança, essas opções podem oferecer esperança para aqueles que enfrentam a depressão resistente a tratamentos convencionais, abrindo novos horizontes no caminho para o alívio dessa condição debilitante.

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