Entendendo a Dismenorreia, Endometriose e Adenomiose: O que cada mulher precisa saber

A menstruação sempre foi vista por muitas mulheres como sinônimo de dor. Quem nunca enfrentou, ao menos uma vez, aquele desconforto conhecido como cólica menstrual? Para algumas, essas dores são intensas e incapacitantes, mas por que é tão difícil compreender a linha entre uma dor comum e um possível sinal de algo mais grave?

Embora seja uma experiência comum, o tema menstruação ainda é cercado de tabus. Isso leva muitas mulheres a sofrerem em silêncio, sem saberem que há opções para aliviar ou até tratar dores intensas durante o ciclo menstrual. Muitas acreditam que sentir dor ao menstruar faz parte da rotina feminina, mas não é bem assim. Há condições, como a dismenorreia (cólicas menstruais) que, quando intensas e associadas a outros sintomas, podem ser sinal de doenças como endometriose ou adenomiose. E, o mais importante: esses problemas têm tratamento.

Dismenorreia, Endometriose e Adenomiose: Mais do que simples cólicas

A dismenorreia é o termo médico que descreve as cólicas menstruais. Quando essa dor vem acompanhada de sintomas como fluxo menstrual intenso, sensação de peso no baixo ventre, dor durante a relação sexual e até dificuldade para engravidar, pode ser o sinal de condições como a endometriose ou a adenomiose. Ambas as condições ainda são subdiagnosticadas, muitas vezes, por falta de informação e pela normalização do sofrimento menstrual.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada dez mulheres irá desenvolver endometriose durante o período reprodutivo. De acordo com uma pesquisa de 2020, no Brasil, cerca de 6,5 milhões de mulheres convivem com a doença. Já a adenomiose afeta uma grande parcela da população feminina, com prevalência entre 31% e 61,5% de mulheres na faixa etária de 40 a 50 anos.

Apesar de serem condições frequentes, tanto a endometriose quanto a adenomiose ainda são pouco reconhecidas. Elas podem, inclusive, coexistir no mesmo corpo, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador.

Anatomia do útero e como acontecem essas condições

Para entender essas condições, é importante ter uma breve visão da anatomia do útero. O órgão possui uma camada interna chamada endométrio, que sofre alterações mensais durante o ciclo menstrual. Quando não ocorre gravidez, o endométrio se desprende, causando a menstruação.

Na adenomiose, as células do endométrio se infiltram na camada muscular do útero, o miométrio, causando dores intensas, sangramentos abundantes e ciclos menstruais irregulares. Já na endometriose, as células endometriais se deslocam e podem atingir órgãos fora do útero, como ovários, bexiga e intestinos.

Embora ambas as condições compartilhem o mesmo ponto de origem (o endométrio), elas diferem principalmente em relação à localização dessas células e à gravidade dos sintomas. E é importante saber que, apesar de seus sintomas não serem exclusivos, o diagnóstico correto costuma levar anos. Estima-se que, em média, as mulheres passem até 8 anos para obter um diagnóstico preciso.

Sintomas comuns e sinais de alerta

O maior sintoma dessas condições é a dor. Mulheres com endometriose podem experienciar cólicas intensas e dores em outras partes do corpo, como intestinos e bexiga. Já a adenomiose é frequentemente associada a um sangramento menstrual volumoso, que vem acompanhado de dor e cólicas. Ambas podem causar impacto significativo na qualidade de vida, prejudicando o desempenho no trabalho, estudos, além dos relacionamentos pessoais e sexuais.

Se você já sentiu dor incapacitante durante a menstruação ou relação sexual, é importante entender que isso não é normal. Dores intensas ou recorrentes durante o ciclo menstrual podem ser um sinal de que algo não está bem e precisam ser discutidas com um médico.

O caminho para o diagnóstico e tratamento

O diagnóstico dessas condições é feito, geralmente, através de ultrassom transvaginal ou ressonância magnética pélvica. No entanto, a disponibilidade desses exames ainda é limitada em algumas regiões do Brasil, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil.

Se você suspeita que suas cólicas ou sangramentos são mais intensos do que o normal, é fundamental procurar um ginecologista e relatar seus sintomas. A grande notícia é que, hoje, existem tratamentos que podem aliviar ou até eliminar as dores. O tratamento hormonal, como pílulas anticoncepcionais ou dispositivos intrauterinos, pode ser eficaz, assim como a cirurgia em casos mais graves.

A importância de procurar ajuda médica

Muitas vezes, as queixas de dor menstrual são minimizadas, com profissionais dizendo que “é assim mesmo” ou “todas as mulheres sentem isso”. Essa visão equivocada contribui para o atraso no diagnóstico e no tratamento adequado. Por isso, é importante que a mulher seja ouvida, respeitada e orientada sobre as opções de tratamento disponíveis.

A Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) e outras instituições de saúde destacam a importância de se conscientizar sobre essas doenças. Elas afetam milhões de mulheres no Brasil, e é fundamental que as mulheres busquem orientação médica sempre que sentirem que sua dor menstrual é mais intensa do que o esperado.

Não aceite viver com dor

Se você está lidando com dores menstruais que interferem no seu dia a dia, não aceite viver com isso. A Pro Science, está conduzindo um estudo clínico para mulheres que convivem com essa condição. Para maiores informações, clique aqui

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