A pesquisa clínica desempenha um papel vital na evolução da medicina, impulsionando descobertas e inovações que moldam o cenário da saúde. No entanto, é crucial que esses estudos levem em conta as diferenças biológicas entre homens e mulheres, uma vez que muitas respostas a medicamentos e tratamentos são específicas para cada gênero.
Aspectos como metabolismo e presença de hormônios diferem entre os gêneros, influenciando diretamente na forma como os corpos processam os medicamentos. Portanto, um tratamento que funcione bem para um homem pode não ter o mesmo efeito em uma mulher, e vice-versa.
Sub-representação em estudos clínicos
Historicamente, as mulheres têm sido negligenciadas em estudos clínicos, resultando em escassez de tratamentos para doenças específicas do sexo feminino e na ausência de consideração pelas particularidades do corpo feminino no desenvolvimento de medicamentos. Essa disparidade de gênero na pesquisa médica gera desvantagens reais para as pacientes mulheres, uma vez que, ao longo dos anos, os estudos estiveram predominantemente voltados para os homens.
Biologia distinta
Homens e mulheres têm diferenças biológicas significativas que afetam a resposta a tratamentos e medicamentos. Desde a composição hormonal até a forma como seus corpos metabolizam substâncias, essas distinções podem impactar diretamente nos resultados da pesquisa clínica.
Ignorar as diferenças entre os sexos pode levar a resultados imprecisos e subestimar ou superestimar a eficácia de determinados tratamentos. Compreender como homens e mulheres respondem a terapias específicas é fundamental para desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes e seguras.
Reações adversas
A incidência de efeitos colaterais e reações adversas a medicamentos pode variar entre homens e mulheres. Considerar essas disparidades na fase de pesquisa clínica é crucial para identificar potenciais riscos e garantir a segurança dos pacientes, independentemente do sexo.
Personalização do tratamento
A medicina personalizada é o futuro da saúde. Ao levar em conta fatores genéticos e hormonais específicos de cada sexo, os profissionais de saúde podem oferecer tratamentos mais precisos e adaptados às necessidades individuais
Equidade na saúde
Promover a igualdade de gênero na pesquisa clínica não é apenas uma questão científica, mas também uma questão de justiça social. Garantir que ambos os sexos sejam representados de maneira adequada em estudos clínicos contribui para uma abordagem mais equitativa na promoção da saúde.
Considerar as diferenças entre homens e mulheres na pesquisa clínica é essencial para impulsionar avanços significativos na medicina. Essa abordagem não apenas melhora a eficácia dos tratamentos, mas também promove a igualdade de oportunidades no acesso a cuidados de saúde inovadores e seguros.
Novo projeto de lei
Como resposta a essa lacuna, o Deputado Federal Célio Silveira (MDB-GO) apresentou o Projeto de Lei 3611/2019, buscando aumentar a representatividade feminina nas pesquisas clínicas ou biológicas realizadas em seres humanos. O projeto, já aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, aguarda parecer do relator na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados.
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